domingo, 11 de dezembro de 2011

vai caraio!
desce mais uma dose dessa merda & 
me deixe mais louco!
uma noite mais não faz mal & 
o dia nasce todo santo dia.
nasce & 
nasce & 
nasce & 
nasce...
...não fico ileso.
o Sol me estupra!
e eu choro sem medo de assumir.

estou tão louco que não sei o que dizer.
não sei mais o que gritar!
vai &
vai & 
vai & 
vai & 
cai.
o chão nunca esteve tão próximo.

a queda é sublime.
em meus olhos vejo a minha culpa!
pensei um dia ser rei, 
hoje sou sátiro.
vomito todos os cantos & 
fico amordaçado.

o castelo caiu!

(escrevi bêbado, não se importe se saiu uma merda)


(barco ébrio)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Dia cinza.
Dia pra escutar boa música & 
pensar em como fugir do sistema.
Dia pra se sentir um estranho.
Dia pra erguer a cabeça & 
ser soberano do seu mundo.

(barco ébrio)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O Leão da Vidraça

Movimentos letárgicos -
leves giros em volta de si.
As cores se misturam & 
vem o marulho.

Numa vidraça escondida &
num canto onde poucos reparam, 
o leão faz seu ritual - 
em silêncio.

(barco ébrio)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Marina

I

dois corpos nus numa
cama - o domingo se levanta.
numa casa que não é minha -
nem sua.
o simples toque nu de sua
perna na minha
transmite força para todo
um Universo.

seu deleite e seu corpo
me deixam aturdido.
o fim bate sempre à
porta.
em seu olhar encontrei
um ambiente silencioso.

II

ela veste pouca parte
do corpo - de curvas
mortais -
e vê o dia pela janela;
eu somente a olho.
só tenho
um foco.

III

noite de devaneios
violentos.
acuso todos os inquisitores
de hipócritas!

IV

o mundo dela não é
o mesmo que o meu.
sou confuso;
ela é livre.

e quando chega
o fim
do dia,
durmo sozinho. 



(barco ébrio)

ao Delta Blues

Ao mesmo tempo em que pecaminoso, 
é santo.
Está em todos os lugares; 
não se limita.
Sua base é a noite 
e a solidão.
Faz parte de todas as rodas.
É ancestral.
Vaga por todas as estradas &
volta ao lar. 

Os lobos uivam 
ao ouvi-lo no ar.
Profano.
Tranquilo como a água de 
um rio imaculado.
Vaga por todas as estradas & 
volta aos lares,
sibilando como um trêm
em despedida.

(barco ébrio)